China in Townculinária – China in Town http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br A vida do outro lado do mundo Thu, 14 Jan 2016 11:00:04 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Jiang , a nossa chef chinesinha http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/2015/09/18/jiang-a-nossa-chef-chinesinha/ http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/2015/09/18/jiang-a-nossa-chef-chinesinha/#respond Fri, 18 Sep 2015 21:40:56 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14342346.jpeg http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/?p=493 Quando está com preguiça, ela faz “comida normal”, como estrogonofe e macarronada.

De contrário, a chinesinha mais popular do Brasil no momento, Jiang Pu, se dedica às intricadas receitas do seu país de origem —mesmo que use como base o nada gourmet miojo.

Em entrevista ao “TV Folha”, a integrante do “MasterChef” (da Band) que encantou o Brasil detalhou algumas de suas rotinas em casa. Questionada sobre suas preferências chinesas, disse que também faz “comida normal”.

“Quando está com preguiça, filé mignon. Às vezes dá preguiça, faz uma macarronada (…) Faz um molho, cozinha o macarrão e pronto, pode servir”, resume em seu português carregado de sotaque.

Em comparação, continuou ela, o preparo de um prato chinês pode começar na véspera do almoço ou jantar.

A explicação da chinesa pode deixar muita gente confusa, já que o prato chinês costuma parecer um monte de verduras e carnes picadas e empilhadas. Onde está todo esse trabalho, Jiang?

De fato, é raro um prato chinês não envolver uma longa sequência de tarefas: comprar ingredientes frescos, picar legumes e carnes de forma a deixá-los super finos (e rápidos de fritar), marinar e massagear as carnes, adicionar variados molhos (molhos de soja de diferentes espessuras e concentrações, vinagre, vinho de arroz e amido dissolvido) e temperos.

Talvez Jiang, e todo o seu carisma aos 26 anos, consigam apresentar aos brasileiros esse lado da China pouco conhecido de nós, o da comida autêntica e livre de preconceitos.

Ainda na entrevista, questionada sobre os restaurantes verdadeiramente chineses de São Paulo, a chef soltou um “vocês não vão gostar, o jeito de fazer, o tempero”.

Quem sabe agora?

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O que colocaram nesse tofu? http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/2014/12/19/o-que-colocaram-nesse-tofu/ http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/2014/12/19/o-que-colocaram-nesse-tofu/#respond Fri, 19 Dec 2014 12:30:50 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14342346.jpeg http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/?p=66 Mesmo deixando de lado a fantasia de que a população da China se alimenta de cachorros e escorpiões, a comida chinesa é, sim, estranha. Ou, pelo menos, ela parece estranha.

Nem sempre é fácil identificar todos os legumes e carnes que estão no prato. E, com frequência, o gosto não é o que você espera –se tem cara de salgado, pode ser doce, como por exemplo um popular “mexido” de ovo e tomate.

Além disso, resta sempre a dúvida: do que são feitos os molhos que acompanham quase todos os pratos?

O estranhamento faz com que muitos turistas e expatriados fujam da comida chinesa, o que não é tarefa difícil considerando as vastas opções de restaurantes estrangeiros nas grandes cidades.

Esse mundo desconhecido me fez torcer o nariz para o mapo doufu, um prato feito com tofu e que é tradicional da província de Sichuan.

Imaginava que vários produtos artificiais eram combinados para culminar nesse resultado brilhante e “molhado”.

Mapo doufu, prato feito com tofu tradicional da província de Sichuan
Mapo doufu, prato feito com tofu tradicional da província de Sichuan (abril/Johanna Nublat)

Até que um dia, em uma das aulas de culinária que fiz por aqui, o mistério do mapo doufu se desfez. O prato é feito “apenas” com tofu, uma variedade local de verdura que tem algo de alho-poró e algo de cebolinha, gengibre, alho (esses três últimos formam a base do tempero chinês), pimenta de Sichuan (que adormece a boca), pasta de feijão/soja, açúcar, shoyu, água, óleo para cozinhar, óleo de gergelim, sal e amido.

Ou seja, nada de outro mundo.

Em outra aula, entendi o que dá consistência aos molhos que acompanham praticamente todos os pratos (simplesmente amido) e ouvi uma explicação convincente para o uso frequente (e, talvez, até exagerado) deles: “O arroz é seco, precisamos de algum molho!”, disse a chef Chunyi.

Chunyi é a professora da Hutong Cuisine Cooking School, uma das escolas de Pequim que oferecem cursos rápidos para estrangeiros interessados em desbravar a culinária chinesa ou apenas entender melhor a cultura local. Outra escola famosa por aqui é o The Hutong.

Geralmente, as aulas duram entre duas e quatro horas e fazem um recorte da culinária chinesa. Assim, é possível fazer aula de dumplings, culinária de Pequim, Sichuan vegetariana, pato de Pequim 1 e 2, passeio pelo mercado, etc.

Não é uma atividade barata: cada curso custa um pouco mais de R$ 100. Mas permite decodificar essa gastronomia tão complexa e entender melhor o significado da comida para o chinês. Como as duas escolas ficam dentro de hutongs (espécie de bairros tradicionais de Pequim), as aulas também dão a oportunidade para que o turista entenda como viviam –e ainda vivem alguns– chineses de séculos passados.

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