China in Townhiv – China in Town http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br A vida do outro lado do mundo Thu, 14 Jan 2016 11:00:04 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 HIV também aumenta entre jovens chineses http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/2015/08/16/hiv-tambem-aumenta-entre-jovens-chineses/ http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/2015/08/16/hiv-tambem-aumenta-entre-jovens-chineses/#respond Sun, 16 Aug 2015 13:00:53 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14342346.jpeg http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/?p=473 Por mais distantes e diferentes que possam parecer (e, de fato, sejam), jovens chineses e brasileiros enfrentam uma mesma questão: o perigo do recrudescimento da Aids.

Em uma matéria publicada na semana passada, o jornal “China Daily” afirma que autoridades de saúde de toda a China foram orientadas a melhorar a coordenação com colegas da área da educação para frear novos casos de HIV entre estudantes.

Segundo dados publicados pelo jornal, entre janeiro e outubro de 2014, a China registrou quase 2.200 novos casos de HIV entre estudantes com 15 anos de idade ou mais; em comparação, no ano anterior, foram registrados 1.772 casos.

“Wu Zunyou, chefe do centro nacional para controle e prevenção do HIV/Aids, afirmou que, apesar de o número de novos casos de HIV entre estudantes registrados em 2014 representar menos de 3% do total de casos na China, a infecção entre estudantes do ensino superior está crescendo muito mais rápido que em outros grupos”, publicou o “China Daily”, citando ainda que 80% desses novos casos está no grupo HSH (de homens que fazem sexo com homens).

Levantamentos recentes divulgados no Brasil mostram que a infecção também vem ganhando força entre os jovens brasileiros, sobretudo os que integram o grupo HSH.

Ao lançar a boletim do HIV/Aids, em dezembro passado, o ministro Arthur Chioro (Saúde), afirmou: “Vemos maior prevalência de casos no Rio Grande do Sul, uma tendência de aumento no Norte e Nordeste do país e uma tendência de aumento importante entre os mais jovens de 15 a 24 anos, em particular entre meninos jovens que fazem sexo com meninos jovens”, citação publicada pela “Agência Brasil”.

O boletim do ministério brasileiro aponta para 4.414 novos casos de Aids em jovens com idades entre 15 e 24 anos em 2013, em comparação com 3.453 em 2004.

Essa situação também é citada no boletim de 2013 divulgado pela secretaria estadual de saúde de SP. “A menor redução de incidência [de Aids] entre os homens e, dentre eles, a menor redução em jovens, deve ser observada em conjunto com o recrudescimento da epidemia para homens que fazem sexo com homens, uma vez que nesse tipo de exposição ao HIV tem-se observado aumento e não queda como em mulheres, crianças, homens heterossexuais, usuários de drogas injetáveis ou pessoas transfundidas. Estudos recentes de soroprevalência entre gays (Sampacentro) mostrou uma positividade de 16% para o HIV nessa população.”

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O preconceito do lado de cá http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/2015/01/07/o-preconceito-do-lado-de-ca/ http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/2015/01/07/o-preconceito-do-lado-de-ca/#respond Wed, 07 Jan 2015 10:09:59 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14342346.jpeg http://chinaintown.blogfolha.uol.com.br/?p=119 Outro dia, uma notinha em um dos jornais chineses chamou a minha atenção pelo absurdo da notícia: a denúncia de que algumas pessoas da cidade de Nanyang (província de Henan) estavam sendo ameaçadas a deixar suas casas, cujos lotes seriam usados em projetos imobiliários, por um grupo de pessoas que alardeavam ter HIV e teriam sido contratadas para afugentar os moradores.

A última notícia no site da Xinhua, agência estatal chinesa, diz que a polícia investiga o caso, que alguns suspeitos foram detidos e uma das empresas envolvidas foi fechada.

A notícia me fez ir atrás dos números da Aids na China para entender a situação do país. Vou fazer uma tentativa de comparar os dados básicos daqui com informações sobre a nossa epidemia no Brasil, já sabendo que será uma comparação rasa, que não vai levar em conta todas as particularidades de cada país.

Segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde chinês à Unaids (braço da ONU contra a Aids), em 2012, estimava-se que 780 mil chineses viviam com HIV em 2011, o que significava uma prevalência de 0,058% da população com a infecção.

No Brasil, a prevalência é estimada pelo governo em 0,6% entre pessoas com 15 a 49 anos e 0,4% na população como um todo, taxa estável nos últimos anos. Até 2012, o governo brasileiro falava em 630 mil pessoas vivendo com HIV/Aids e, hoje, estima 734 mil.

Assim como o Brasil, a China enfrenta problemas no diagnóstico e registro de pessoas com a infecção. No relatório à Unaids, o ministério chinês disse que a estimativa para 2011 era de 48 mil novas infecções e 28 mil mortes relacionadas. E registrou, naquele ano, 39,2 mil casos e 21,3 mil mortes.

Em um artigo publicado no China Daily no final de novembro, Catherine Sozi, diretora da Unaids na China, diz que muito foi feito, mas ainda há muito o que fazer, e justamente nessa área.

Segundo ela, a China precisa “focar em ‘como’ alcançar pessoas que, atualmente, estão escapando pelas rachaduras e, com frequência, não acessando prevenção, tratamento e cuidado que salvam vidas”, em tradução minha.

No Brasil, o governo estima que mais de 100 mil pessoas tenham HIV e desconheçam sua sorologia –daí o esforço em ampliar a testagem e a necessidade de focar nos grupos tidos como mais vulneráveis, em que jovens homens que fazem sexo com homens são particularmente preocupantes.

Infecções nesse grupo chamado HSH (homem que faz sexo com homem) também despontam na China, segundo o ministério do país relatou à Unaids.

Para quem tiver interesse em se aprofundar na situação e nas respostas dadas pelos dois países à infecção pelo HIV, sugiro ver os relatórios da China e do Brasil enviados à Unaids no início de 2012.

Me parece que, nos dois países, um grande desafio é justamente derrubar o preconceito e alcançar quem precisa de ajuda. Até 2010, a China tinha em vigor uma norma que barrava a entrada de pessoas com HIV no país –a norma caiu, mas ainda hoje o governo exige testes de saúde, entre eles de HIV, para dar o visto a quem quer trabalhar ou estudar na China por longo período.

Para finalizar, aproveito para sugerir uma leitura sobre esse tema (incluindo a questão do preconceito), com o representante da OMS (Organização Mundial da Saúde) na China, Bernhard Schwartländer.

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