Toda quinta-feira, Toninho estaciona seu caminhão em frente à embaixada brasileira de Tóquio e abre as portas do baú. Rapidamente, começa o entra-e-sai de brasileiros e japoneses –ou clientes que são a mistura dessas duas nacionalidades. Lá dentro, Antonio Shikota, o Toninho, 52, oferece itens preciosos (ainda mais) deste lado do mundo: doce de leite,(…)
Um país, uma medida
Caros leitores, excepcionalmente, nesta semana do Natal, o blog será escrito a partir do Japão. Comparações com a China –e, especialmente, com Pequim– são inevitáveis. E horas após pousar em Tóquio (“a capital do leste”), já colecionava inúmeras diferenças em relação à “capital do norte”, Pequim. A que mais me marcou foi trocar a poluição chinesa pelos(…)
O que colocaram nesse tofu?
Mesmo deixando de lado a fantasia de que a população da China se alimenta de cachorros e escorpiões, a comida chinesa é, sim, estranha. Ou, pelo menos, ela parece estranha. Nem sempre é fácil identificar todos os legumes e carnes que estão no prato. E, com frequência, o gosto não é o que você espera –se(…)
Vamos ao Jialefu?
Xingbake, Maidanglao, Kendeji, Yijia, Wo’erma, Jialefu. Estranho? Pois é como os chineses chamam, respectivamente, os populares Starbucks, McDonald’s, KFC, Ikea, Walmart e Carrefour (com os tons do chinês, essas palavras lembram um pouco a pronúncia original das marcas). Desavisada, em minha primeira viagem à China, perdi algum tempo perguntando pela “Starbucks” para um funcionário chinês(…)
Amor e dor no futebol
Os taxistas em Pequim não falam inglês, então, dificilmente vão puxar papo com você, estrangeiro. Mas, se isso acontecer e você disser que é brasileiro (“baxiren”), pode ter certeza que a frase seguinte será sobre futebol. Ou seja, você vai ouvir “zuqiu!” (futebol), “Kaká”, “Lonaldo”, “Neymá” ou algo do tipo. Há uns dias, tentei fugir dessa(…)
Não basta lei contra violência doméstica
Volto ao tema da violência doméstica com uma conversa com Julie Broussard, gente de programas da ONU Mulheres China. Falamos sobre a proposta de lei apresentada pelo governo chinês no final do mês passado. Broussard diz que diversas instituições se engajaram por mais de uma década em favor de uma proposta como essa. Avalia que o texto tem(…)
O café avança no país do chá
Num raio de 2 km de onde eu estou agora, existem 27 lojas da Starbucks, me informa o site da empresa. Por mais indevida que seja a comparação, a marca ainda não desembarcou em Brasília, onde eu morava até vir para Pequim. Na China, como um todo, são mais de mil de lojas. E a empresa(…)
Lei Maria da Penha à chinesa
Os chineses podem ter, em breve, sua primeira lei dedicada ao combate da violência doméstica –algo como a nossa Lei Maria da Penha, em vigor no Brasil desde 2006. Hoje, menções a esse tipo de violência existem difusas em algumas normas chinesas, sem diretrizes claras e sem a definição de responsabilidades. Segundo especialistas, isso faz com que, na(…)
Na China, sem garfo e faca
“Desculpa, não tem garfo e faca.” Essa frase, ouvida de uma garçonete, foi o que me fez compreender, de vez, que a vida agora seria diferente. A vida agora seria na China, esse país tão distante e incompreensível para nós brasileiros. Na verdade, a cena foi pior. A garçonete disse: “Duibuqi, meiyou daocha” (para facilitar, por enquanto(…)