A tradição diz que o chinês do Norte, região seca, come macarrão. E o chinês do Sul, terra úmida, tem no arroz a base da sua alimentação.
Essa cultura é tão arraigada que o chinês do Norte tem dificuldade de se sentir satisfeito mesmo após uma cumbuca generosa de arroz.
A partir de agora, no entanto, segundo quer o governo da China, todos deverão comer mais batata, como forma de garantir a sustentabilidade da produção de alimentos.
A ideia, assim, é acrescentar batata à base da alimentação chinesa, atrás apenas de arroz, trigo e milho. De acordo com os jornais daqui, o governo tem a intenção de adicionar batata a comidas bastante populares: ao macarrão, aos bolinhos cozidos no vapor (os “buns”) e aos pães.
A Xinhua, agência estatal de notícias, explica que a batata é cultivada no país há cerca de 400 anos e, hoje, ocupa 5 milhões de hectares, área que deverá dobrar no futuro próximo.
O “salto da batata”, alimento que seria mais facilmente cultivável no país, vem na linha de ampliar a oferta de comida, cuja demanda, segundo a agência, vai aumentar em 50 bilhões de quilos até 2020.
Preocupações à parte, a China conseguiu reduzir em 138 milhões o total de pessoas com fome desde o início da década de 90, informou um relatório da FAO (braço da ONU para assuntos de alimentação) no ano passado. A Ásia, porém, continua sendo a casa de duas em cada três pessoas que passam fome no mundo.
E resta saber se será positiva a reação dos chineses frente à sensível mudança em seus pratos, tão detalhadamente preparados seguindo tradições bastante fortes.