O ar de Pequim amanheceu “perigoso” nessa sexta-feira.
A medição da qualidade do ar feita às 7h informou uma concentração de 251 PM 2.5 –partículas pequenas o suficiente para chegar aos pulmões e provocar danos a pessoas com condições sensíveis de saúde, ou ao público em geral se exposto por muito tempo a esse ar.
Em resumo, o ar acordou “muito ruim para a saúde”, e atividades prolongadas ao ar livre deveriam ser evitadas. No início da manhã, a vista que eu tinha da janela era essa:
Para comparar com um dia de “ar bom”, vejam a próxima foto, tirada na sexta-feira passada –durante a manhã desse dia, o ar ficou classificado como “bom” e, depois, “moderado”.
Eu já havia falado um pouco, aqui no blog, sobre o hábito de medir a qualidade do ar nas grandes cidades da China. Em dias realmente ruins (e eu não classificaria hoje como um desses dias), a garganta dói depois de poucas horas na rua, o número de pessoas andando de máscaras pela rua aumenta, e o ânimo de todos diminui um pouco.
Segundo uma análise divulgada, em março de 2014, pela OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que 3,7 milhões de pessoas tenham morrido em 2012 por razões relacionadas à poluição ambiental do ar, como doenças cardíacas e derrames.
Pouco menos da metade dessas mortes ocorreu em países do Sudeste asiático e oeste do Pacífico.
Ainda de acordo com a OMS, estima-se que outras 4,3 milhões de pessoas morreram em 2012 por motivos relacionados à poluição do ar advinda de fontes mais diretas, como queima de madeira e carvão para combustível doméstico.
Por a poluição do ar ser uma situação muito mal vista pelo público doméstico e pelo internacional, o governo chinês tem anunciado vários esforços para melhorar a qualidade do ar.
E, no início do mês, o China Daily publicou uma matéria em que dizia que Pequim, em 2014, “testemunhou um aumento no número de dias com céu azul”, apesar de não ter conseguido alcançar, por pouco, a meta de redução da concentração média de PM 2.5.
Segundo o jornal, 2014 teve 45 dias de poluição pesada em Pequim, contra 58 dias no ano anterior.
A fonte principal dessa poluição é conhecida –fábricas e carros–, mas há quem tente inovar. Em uma matéria da semana passada, a Xinhua, agência estatal de notícias, citou a polêmica de uma autoridade da província de Sichuan que tentou vincular o aumento do “smog” à tradição de defumar bacon na época do ano novo chinês. Mas acho que ninguém acreditou.