Que tal uma panqueca com ovo frito, uma pincelada de pimenta, uma folha de alface e uma salsicha? Pode ser acompanhada por ovos cozidos em temperos e chá.
Ah, sim, esqueci de dizer que a oferta é para o café da manhã.
Essa panqueca, feita e consumida na calçada, é uma das comidas de rua mais populares de Pequim –e, também muito barata, sai por menos de R$ 1.
Uma das adaptações alimentares mais difíceis, acredito, é a mudança no café da manhã. E, na China, a mudança pode ser radical.
Esqueça o pão na chapa com a média, ovos mexidos, cereais com leite, frutas, café e suco de laranja. Nada disso é tradição para o chinês, o que significa que o café da manhã como entendemos só existe nos hotéis que atendem a estrangeiros e em eventuais cafés ocidentalizados.
Por outro lado, quem quiser abraçar o café da manhã local terá, na China, uma vasta (e, talvez, inesquecível) experiência.
Sem levar em conta as variantes regionais, o zaofan chinês (literalmente “comida da manhã”) inclui a panqueca que já expliquei, sopas com noodles e carne, mingau, leite de soja, biscoitos à base de farinha fritos, ovos cozidos em chá e temperos e, claro, os bolinhos (fritos, cozidos, assados, salgados e doces, à base de diferentes farinhas).
Enquanto as pessoas estão indo para o trabalho, as ruas ficam cheias de bancas, carrinhos e portinhas abertas, de onde sai fumaça e cheiro de comida. Mais para o final da manhã, essas comidas praticamente somem de vista –durante o dia, ainda conseguimos encontrar alguns bolinhos e batata doce assada.
E, à noite, as comidas de rua voltam com tudo, ofertando todo tipo de bicho no espeto, noodles e bolinhos para os estômagos mais fortes e corajosos.