Na semana passada, as áreas de esporte e cultura do governo chinês anunciaram a divulgação de 12 coreografias padronizadas para as danças de rua, fenômeno que atrai mulheres, de forma geral, para parques e praças de toda a China.
Maneira de praticar um esporte de graça, encontrar as amigas ou saudade dos anos de mobilização social durante a Revolução Cultural (como explicam alguns), essas populares dancinhas são polêmicas no país e provocam a ira de alguns vizinhos dos espaços utilizados para a prática.
Há quem reclame da música alta logo cedo pela manhã ou tarde da noite. Alguns governos locais já chegaram a proibir a prática em determinados horários ou locais –por exemplo, nas imediações do “vestibular” nacional.
Ainda assim, a sugestão de que o governo iria regular as danças, instituindo 12 coreografias padronizadas e eventualmente banindo a criatividade dos grupos, gerou certo mal-estar.
Dois dias depois das notícias da eventual regulação do Estado, o braço de esportes do governo soltou uma nota para dizer que as novas coreografias não seriam mandatórias, mas diretrizes embasadas em “ciência e saúde pública” para dar mais opções aos grupos.
O vídeo que coloco nesse post foi feito no Templo do Céu, em Pequim, esta semana, no final da tarde. É bem ilustrativo de como são essas danças nas ruas da China. Mas pode ser bem mais que isso também: já vi uma praça tomada por jovens, velhos, homens, mulheres, dançando juntos ou separados, no embalo de músicas novas e antigas.