Por uns bons meses, eu rejeitei o senso comum de que o turista, na China, consegue comprar coisas baratas. Sempre que me perguntavam pelas pechinchas nas ruas, eu dizia: “As coisas boas são caras; barato só o cacareco mais desinteressante”.
No meu entendimento, os produtos eram baratos nas cidades onde eram produzidos (e vendidos no atacado) e já chegavam mais caros aos grandes centros para venda no varejo.
Pois eu mudei de ideia. Tem muita coisa boa e barata nas metrópoles, basta, claro, saber onde ir. E vou dividir com vocês alguns dos meus achados até aqui.
O primeiro deles está nos guias de viagem, mas sem muito destaque e descrito de forma errada. É o mercado de Panjiayuan, em Pequim (estação Panjiayuan, na linha 10 do metrô), que funciona amplamente aos sábados e domingos.
Começo dizendo que não é um mercado de pulgas, como muitos dizem. Quase metade dele é dedicado à venda de pedras para fabricação de colares e afins. Outros 20% são de porcelana pintada. E o resto é a melhor parte, na minha avaliação: bolsas e carteiras bordadas com motivos chineses, bules de cerâmica, budas de todos os jeitos e materiais, pinturas, e pincéis com cabos de bambu ou pedras, entre outros.
Depois de percorrer outros mercados em Pequim (como o famoso Silk Market), achei no Panjiayuan boas pechinchas para presentes. Bules de cerâmica por R$ 25 e até por R$ 8 (esses últimos, provavelmente de menor qualidade), em vez de R$ 100 ou R$ 200 que chegam a cobrar em outros lugares. Ou bules de metal, daqueles para chá, por R$ 50 (no Brasil, eles custam uma verdadeira fortuna).
Minha indicação seguinte é o mercado de Tianyi, também em Pequim (estação do metrô Fuchengmen, linha 2). Nesse mercado, as coisas podem ser tão baratas, que dá pena barganhar (um esporte a ser praticado em todos os mercados daqui, aliás).
Por exemplo, conjuntos para chá (bule e xícaras) vendidos em caixas bonitinhas, tudo por R$ 15. Caderninhos por R$ 2,5 ou R$ 5. Bolsas chinesas bordadas por R$ 45, carteiras de pano bordadas por R$ 5 (essa foi a maior pechincha que vi por lá).
Mas Tianyi tem bem mais que isso: vende baldes, produtos de limpeza, roupas, malas, colares, meias, artigos natalinos, etc etc etc. Uma grande experiência e um lugar de poucos turistas.
A terceira e última indicação em Pequim é o mercado de roupas do zoológico (estação do metrô Beijing Zoo, na linha 4). Na verdade, é uma rua com vários shoppings que só vendem roupas –varejo e atacado. É um misto de atacadista de produções próprias com ponta de estoque do mundo inteiro. As lojas abrem cedo e fecham por volta das 16h30.
Em quase nenhuma das lojas é possível provar as roupas; por outro lado, com paciência, dá para fazer boas pechinchas (uma camisa de linho por R$ 25, por exemplo).
Termino esse post com uma sugestão em Xangai, nas ruas ao redor do famoso Yu Garden. Lá também é possível encontrar bules de cerâmica com bons preços, além de roupas chinesas para crianças, carteiras e meias.
Prometo dividir com vocês meus futuros achados nesse país, que, sim, tem muitas coisas baratas para o turista.