Em busca da China perdida

Por johanna nublat

Talvez pelo rápido desenvolvimento da China nas últimas décadas, muitas pessoas desembarcam em Pequim ou Xangai esperando ver pelo menos um pouco de um país rural, ou a China “autêntica”.

Mas, nessas grandes cidades, encontram quase que só prédios modernos e a vida de uma cidade grande com em qualquer outro canto do mundo. Talvez por isso, os hutongs de Pequim ainda sejam tão charmosos aos nossos olhos.

Esse desejo, imagino, é o que faz com que levas de turistas –nacionais e estrangeiros– busquem cidades preservadas, no tempo e nas paredes.

Uma delas, Cuandixia, fica a pouco mais de duas horas de carro de Pequim. Serve de “day trip” ou viagem para um final de semana, já que há hospedarias e restaurantes no vilarejo de olho nesse público –para minha surpresa, até ímã de geladeira de Cuandixia existe.

Agrupamento de casas em Cuandixia
Vilarejo de Cuandixia, cerca de 2h30 de carro de Pequim (Johanna Nublat/ abril de 2015)

Deixo para as fotos a descrição do lugar.

Ruela em Cuandixia, nos arredores de Pequim
Ruela em Cuandixia, nos arredores de Pequim (Johanna Nublat/ abril de 2015)
Ruela em Cuandixia
(Johanna Nublat/ abril de 2015)

Na minha avaliação, bastam algumas horas de passeio por lá, dormir em Cuandixia talvez seja mais que o necessário. Alguns grupos, como o CCC Travel, organizam viagens de um dia e cobram cerca de R$ 150 por pessoa.

Quem decidir conhecer o vilarejo deve saber que não vai encontrar a China “autêntica”, mas um local pronto para o turista. Ainda assim, pode ver nas paredes das casas slogans da Revolução Cultural (em caracteres chineses) e a organização da vila, o que permite pelo menos ter uma ideia do que foi a China no passado.

Casa com slogan
(Marcelo Ferraz/ abril de 2015)
Casas históricas de Cuandixia com carros de turistas ao fundo
Casas históricas de Cuandixia com carros de turistas ao fundo (Marcelo Ferraz/ abril de 2015)

Além de Cuandixia, há alguns outros pequenos vilarejos ao redor de Pequim sugeridos nos guias de viagem. E, certamente, outros ainda nas redondezas de outras grandes cidades chinesas.

Nessa busca pela China original, a meta será encontrar o vilarejo que não vende como souvenir um ímã de geladeira.