Como tem acontecido em anos recentes, grupos em defesa dos animais e amantes da causa estão mobilizados para impedir, de alguma forma, a realização do festival de carne de cachorro de Yulin (sul da China), que acontece neste final de semana.
Contra o festival, em que milhares de cães são mortos e comidos em festas familiares, há abaixo-assinados na internet, cartas direcionadas ao governo da China e uma hashtag (#StopYuLin2015). Nos últimos dias, até atores famosos brasileiros se manifestaram contra a prática de Yulin.
A ideia de que todo chinês come cachorro é equivocada; hoje em dia, pelo menos, é difícil encontrar esse tipo de carne nas grandes cidades da China. E quem mora em cidades como Pequim abomina a ideia de comer o bicho.
Cães e gatos, entre outros “pets”, são extremamente populares no país. Essa adoração chega a níveis extremos, com pet shops de alto padrão e até um cemitério para os bichinhos nos arredores de Pequim –que tem como serviço, entre outros, velório para o amigo que partiu.
Mas essa devoção é relativamente recente. Principalmente nos duros anos da Revolução Cultural (1966-1976), cuidar com tanto carinho de um animal de estimação era visto como um péssimo hábito burguês e, assim, um comportamento a ser evitado a todo custo.
O blog do jornal “The New York Times” fez uma boa entrevista com Peter J. Li, especialista em proteção animal na China, sobre o hábito de comer cachorro.
Em seu site, o grupo Animals Asia afirma que a expectativa é que 2.000 cães sejam mortos este ano, para atender ao festival de Yulin. E que a pressão de grupos em defesa dos animais, no ano passado, conseguiu reduzir o número de animais mortos na última edição.
Há uma página no Facebook, com 55 mil curtidas, dedicada à tentativa de cancelar o festival.
O VICE fez uma reportagem bem interessante sobre uma das edições do festival, em que aborda o motivo da realização da festa, o que pensam os moradores da cidade a respeito de comer cachorros, os maus-tratos sofridos pelos bichos –há grupos que afirmam que parte dos animais é roubada de seus donos e vendida para o festival– e as manifestações, in loco, dos grupos em defesa dos animais.
Um aviso: ESSE VIDEO TEM IMAGENS QUE CHOCAM.
Dificilmente um festival tão enraizado na cultura popular local vai ser extinto num futuro breve. Ainda assim, defende a página no Facebook, a não ser em casos de fome extrema, “nunca um gato ou cachorro deveria perder a vida por métodos tão bárbaros em nome da tradição”. Veremos a repercussão.