Respirar vale mais que ouro

Por johanna nublat

Ex-trabalhador de uma mina de ouro na China, He Quangui diz que seu grande arrependimento foi escolher a profissão errada.

Em decorrência das condições precárias de onde ele trabalhou, esse chinês sofre há mais de uma década de uma grave doença que o atrapalha a respirar, a silicose. Viu muitos de seus ex-colegas de trabalho morrerem da mesma doença.

Essa história foi contada pela fotógrafa Sim Chi Yin, que acompanhou muito de perto os altos e baixos de He Quangui nos últimos anos, em uma cidade do interior do país. Ela publicou vídeo e fotos no site da “National Geographic” num projeto chamado “Dying to Breathe”.

Se as fotos são belas, o vídeo choca pela intensidade e realidade das cenas.

“Esse é o invisível custo das minas de ouro na China –o maior produtor mundial. Na China, a silicose é considerada uma forma de pneumoconiose, que, segundo estimativas, afeta 6 milhões de trabalhadores que trabalham em minas de ouro, carvão ou prata e em fábricas de lapidação de pedras. É a doença ocupacional mais prevalente no país”, diz a fotógrafa no site da National Geographic.

No final do ano passado o jornal “The Wall Street Journal” fez uma reportagem sobre consequências semelhantes sofridas pelos chineses que trabalharam por anos em minas de carvão, sem a proteção adequada. Segundo o jornal, o diagnóstico da pneumoconiose subiu 35% ao ano, em média, entre 2005 e 2013.