HIV também aumenta entre jovens chineses

Por johanna nublat

Por mais distantes e diferentes que possam parecer (e, de fato, sejam), jovens chineses e brasileiros enfrentam uma mesma questão: o perigo do recrudescimento da Aids.

Em uma matéria publicada na semana passada, o jornal “China Daily” afirma que autoridades de saúde de toda a China foram orientadas a melhorar a coordenação com colegas da área da educação para frear novos casos de HIV entre estudantes.

Segundo dados publicados pelo jornal, entre janeiro e outubro de 2014, a China registrou quase 2.200 novos casos de HIV entre estudantes com 15 anos de idade ou mais; em comparação, no ano anterior, foram registrados 1.772 casos.

“Wu Zunyou, chefe do centro nacional para controle e prevenção do HIV/Aids, afirmou que, apesar de o número de novos casos de HIV entre estudantes registrados em 2014 representar menos de 3% do total de casos na China, a infecção entre estudantes do ensino superior está crescendo muito mais rápido que em outros grupos”, publicou o “China Daily”, citando ainda que 80% desses novos casos está no grupo HSH (de homens que fazem sexo com homens).

Levantamentos recentes divulgados no Brasil mostram que a infecção também vem ganhando força entre os jovens brasileiros, sobretudo os que integram o grupo HSH.

Ao lançar a boletim do HIV/Aids, em dezembro passado, o ministro Arthur Chioro (Saúde), afirmou: “Vemos maior prevalência de casos no Rio Grande do Sul, uma tendência de aumento no Norte e Nordeste do país e uma tendência de aumento importante entre os mais jovens de 15 a 24 anos, em particular entre meninos jovens que fazem sexo com meninos jovens”, citação publicada pela “Agência Brasil”.

O boletim do ministério brasileiro aponta para 4.414 novos casos de Aids em jovens com idades entre 15 e 24 anos em 2013, em comparação com 3.453 em 2004.

Essa situação também é citada no boletim de 2013 divulgado pela secretaria estadual de saúde de SP. “A menor redução de incidência [de Aids] entre os homens e, dentre eles, a menor redução em jovens, deve ser observada em conjunto com o recrudescimento da epidemia para homens que fazem sexo com homens, uma vez que nesse tipo de exposição ao HIV tem-se observado aumento e não queda como em mulheres, crianças, homens heterossexuais, usuários de drogas injetáveis ou pessoas transfundidas. Estudos recentes de soroprevalência entre gays (Sampacentro) mostrou uma positividade de 16% para o HIV nessa população.”