O Mundial de atletismo de Pequim começou, neste sábado (22), com um incrível céu azul e baixos níveis de poluição.
Durante nove dias, 1.936 atletas representando 207 países vão competir no estádio Ninho de Pássaro, na capital chinesa. Da parte do Brasil, são 58 atletas inscritos.
Para os brasileiros, o primeiro dia de competição não foi excelente. Os melhores resultados foram no salto triplo e no salto com vara. Keila Costa se classificou no salto triplo e vai disputar a final na segunda (24). Na mesma prova, não se classificou Núbia Soares.
Já Augusto de Oliveira se classificou no salto com vara e também disputa a final na segunda. Fábio da Silva e Thiago da Silva não conseguiram o mesmo resultado.
Dos três atletas brasileiros que competiram a maratona, a primeira prova da manhã, só Solonei da Silva cruzou a linha de chegada –18º colocado, com o tempo de 2:19:20.
“O tempo do terceiro colocado [Munyo Mutai, de Uganda, 2:13:30] com certeza daria para vencer. Fui vencido pelo fator climático”, disse Silva ao final da prova, citando calor e baixa umidade. “E esse clima vai ser o que a gente vai enfrentar no Rio [em 2016].”
Os outros dois maratonistas brasileiros, Gilberto Lopes e Edmilson Santana, não passaram dos 20 km da prova –outros 24 atletas também não completaram a prova.
As duas brasileiras do arremesso de peso não se classificaram para a etapa seguinte nem bateram seus melhores resultados (pessoal ou da temporada). Geisa Arcanjo ficou na 15ª colocação geral, e Keely Medeiros na 24ª (última).
Wagner Domingos, no lançamento do martelo, também não se classificou –ficou em 22º lugar entre 30 atletas.
Nas eliminatórias da prova de 800 metros, Cleiton Abrão terminou em 42º lugar, entre 44 competidores. “Não saiu o que tinha que sair, não saiu o que eu queria, nem próximo”, disse o atleta ao final da prova. Para Abrão, possivelmente a estratégia escolhida para a prova não foi adequada; e, continua, pesou o fato de ter ficado seis meses parado, em 2015, por uma lesão.
Somando os pontos das quatro provas do heptatlo disputadas neste sábado (100 metros com barreira, salto em altura, arremesso de peso e 200 metros), Vanessa Spínola ficou em 27ª colocação entre 33 competidoras que pontuaram. Amanhã, Spínola disputa as três outras provas (salto em distância, lançamento do dardo e os 800 metros).
SEM POLUIÇÃO, CEU AZUL
Durante toda a manhã e até o meio da tarde, a qualidade do ar foi considerada “boa” pela medição feita pela embaixada dos Estados Unidos em Pequim. Às 17h, a qualidade mudou para “moderada”, com maior concentração de partículas finas no ar, mas nada comparado com os piores dias de poluição na capital chinesa.
Solonei da Silva, nosso maratonista, afirmou que, apesar de tantas reclamações, a poluição pesou menos que o calor e a baixa umidade. “Desde que cheguei [a Pequim], em termos de poluição, está tranquilo. Temperatura é muito pior que poluição. É muito psicológico.”
Mas, para garantir o belo céu azul que estampou as imagens da maratona na TV, o governo chinês teve que fechar fábricas e proibir a circulação de parte dos carros na capital e em cidades nos arredores. O esforço não é apenas para o Mundial de atletismo mas também para a parada militar do dia 3 de setembro, como celebração ao fim da 2ª Guerra Mundial.