O domingo (24) começou bem para o Brasil no Mundial de atletismo de Pequim.
Caio Bonfim, 24, chegou em 6º lugar na prova de 20km da marcha atlética, alcançando o melhor resultado que o país já obteve em mundiais –em 1993, Sergio Galdino também chegou em 6º no Mundial de Stuttgart.
O atleta disse ter ficado contente com o resultado (1:20:44, seu melhor tempo esse ano), mesmo querendo mais.
“Na verdade eu queria o quinto [lugar], mas infelizmente entrei no estádio junto com um atleta chinês, cheguei à frente dele, mas o estádio [Ninho de Pássaro] estava lotado, todo mundo gritando, ele forçou, o árbitro ficou de olho, fiquei com medo de estragar um bom resultado por uma posição. Mas a sexta colocação é fantástica, é a melhor colocação do Brasil”, disse.
O atleta conta que, depois de ter sido desqualificado no Mundial de 2013, em Moscou, focou em disputar provas na Europa para entender melhor os critérios usados pela arbitragem da marcha, que, segundo ele, tem bastante influência europeia.
“Fizemos isso em 2014. Mas achamos que ainda não estava bom, deixamos dúvidas. ‘Apareceu um menino, esse Caio do Brasil, ele é bom ou não é?’. Resolvemos voltar [à Europa] em 2015, para melhorar a marcha, e finalizar a dúvida. Os árbitros diziam que estava melhor, isso nos deu confiança para chegar ao Mundial. Como é subjetivo, tenho que saber o que eles querem. Quadril? Melhora o quadril. Braço? Melhora o braço.”
Em Pequim, Caio está acompanhado do pai, João Sena, e da mãe, Gianetti Sena, seus treinadores.
“Eu fui atleta muitos anos, mas não tem nada mais gratificante que ver seu filho melhor que você”, disse Gianetti. “Fiar entre os seis primeiros significa que a medalha poderia ser para qualquer um. Está reservado o Rio de Janeiro [nas Olimpíadas] para nós.”
Na outra ponta da torcida, no Brasil, o irmão de Caio reforça as expectativas para 2016. “O Caio está no seu melhor ano e na sua melhor forma. Esse resultado credencia ele para uma medalha nas Olimpíadas”, disse Evam Sena.