Como agem os ricos chineses

Por johanna nublat

Em meio ao atual cenário econômico chinês, sobre o qual há poucas certezas, dois veículos estrangeiros publicaram nos últimos dias reportagens detalhadas sobre o impressionante mundo da riqueza na China.

A agência “Bloomberg” contou a história da chamada “segunda geração de ricos”, jovens que se apoiam no dinheiro dos pais para viver –construindo seus próprios negócios ou simplesmente gastando como se não houvesse amanhã.

Um dos casos contados na matéria é o de um motorista do Uber, em Pequim, que busca seus clientes em uma Maserati azul. O garoto não faz o trabalho pelo dinheiro, claro, mas pela possibilidade de conhecer mulheres e por ter poucos amigos.

Apesar das noitadas regadas pelas bebidas mais caras deste lado do mundo, esses super ricos não estão felizes, diz o texto. Eles herdaram de seus pais a frieza de quem viveu a terrível “Revolução Cultural” chinesa (1966-1976), têm problemas em ganhar seu próprio dinheiro e de relacionamento, segundo a reportagem.

Para entender o cenário em que esses jovens estão inseridos, é interessante ler um recente texto da revista “New Yorker”, que fala sobre o crescimento do serviço de mordomos profissionais no país.

Mesmo com as tensões na economia e a redução de gastos supérfluos no país (como as adoradas bolsas de grife), a procura e a oferta de mordomos não parece ter sido afetada, e há novas escolas para formar esses profissionais.

“O compromisso da profissão com a privacidade torna difícil estimar o número de mordomos profissionais, mas todos os funcionários de agências com quem conversei concordam que a China é, hoje, o mercado para seus serviços que mais cresce no mundo”, diz um trecho da matéria da revista norte-americana.

Uma característica dessa riqueza, sublinhada pela reportagem, é o fato de ela funcionar frequentemente como instrumento para esnobar. Um dos entrevistados pela “New Yorker” diz que, no começo desse bom do setor, “ter um mordomo era como ter uma Ferrari”, um na sala à toa e um estacionado na garagem.