Quando tudo o que se quer é um céu azul

Por johanna nublat

Viver em Pequim é ver seu humor variar a depender da cor e da visibilidade do céu.

Este sábado (17), por exemplo, era o dia para não sair da cama: a cidade acordou em meio a uma espessa névoa, e as medições indicavam nível “perigoso” para a saúde por conta da concentração de partículas finas no ar.

E o final de semana começou mal não apenas para a capital. Quem cruzou o país num trem ontem, de Norte a Sul, viu que o céu só voltou a ser azul após 3h30 de viagem a partir da capital (ou seja, a cerca de 1.000 km de Pequim).

Uma medição divulgada pelo Greenpeace essa semana indicou que quase 80% das 367 cidades cuja qualidade do ar é avaliada na China não cumpriram, este ano, os padrões de pureza estabelecidos pelo próprio país. E, apesar de elas terem registrado queda média de 12,1% na presença das partículas finas, o atual cenário ainda é muitas vezes pior do que o recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Entre as províncias, Pequim foi a segunda pior colocada em termos de concentração média das impurezas, atrás apenas de Henan.

Há, no entanto, lufadas de ar fresco de tempos em tempos.

Para garantir um bom cenário para a parada militar de 3 de setembro em Pequim, por exemplo, o governo fechou fábricas, parou obras e tirou carros de circulação. Conseguiu duas semanas de céu azul e ar fresco, levantando o debate sobre como, a que preço e quando será possível ter a boa qualidade do ar permanentemente.