Japão e Coreia do Sul anunciaram, essa semana, ter resolvido “de vez” um longo conflito a respeito das chamadas “mulheres de conforto”, mulheres recrutadas ou sequestradas para trabalharem em bordéis usados por militares japoneses até a década de 40.
Segundo o acordo, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, vai pedir desculpas às mulheres sul coreanas escravizadas para fins sexuais, e o Japão vai doar cerca de R$ 33 milhões a um fundo destinado a dar apoio às vítimas. A negociação também sela esta solução como final e irreversível sobre o tema, e determina o fim das discussões públicas.
O acordo foi criticado por sobreviventes na Coreia do Sul, que reclamaram da ausência de responsabilização legal dos japoneses e de terem sido excluídas das negociações. Já chineses e taiwaneses reclamaram de terem sido deixados de fora do acordo.
Estima-se que 200 mil mulheres tenham sido escravizadas para fins sexuais pelos japoneses, incluindo as sul coreanas, chinesas e taiwanesas. Poucas delas ainda estão vivas.
Segundo reportou a “BBC”, o governo de Taiwan afirmou que quer “negociações imediatas” com o Japão sobre o tema. Os chineses, por outro lado, lembraram que o recrutamento das escravas sexuais foi um “sério crime contra a humanidade” cometido pelo Japão.
Em um artigo de opinião publicado nesta quarta-feira (30), o “China Daily” afirma que as desculpas são bem-vindas, mas não são suficientes. “Dado que o acordo japonês com a Coreia do Sul é, principalmente, politicamente orientado, ao invés de ser uma reflexão verdadeira sobre suas responsabilidades, o movimento não é o suficiente para significar que o Japão está pronto para reconhecer verdadeiramente seu passado.”